Leader F1 1993
Michel Vaillant, album “O Senhor do Mundo”
Grande Prémio de Mónaco
piloto: Steve Warson
motor V10-3483,5 cc - 740 cv - v.máx. 330 kmh - 0-100: n/a - peso 500 kg.
Para acabar com a Vaillante
Nos álbuns de aventuras de Michel Vaillant existem outros automóveis para lá dos Vaillante que também são criações de Jean Graton. Das marcas que animam as páginas a mais frequente é a Leader. Formidável, rápido e escondendo várias surpresas técnica, este carro é um Leader até ao mais pequeno recanto dos depósitos de gasolina!
Este Leader tem uma frente agressiva e os depósitos de gasolina montados nos pontões laterais como se fossem mísseis prontos a disparar contra os concorrentes! Estes apêndices de “ficção científica” tornam o caro mais credível no mundo dos engenheiros da Fómula 1?
Uma coisa é certa: este Leader fez sensação nessa temporada em que, como indica o autor, as maiores equipas – entre as quais a Vaillante – inscreveram os mesmos modelos da época anterior apenas com ligeiras alterações.
Na verdade de que temporada se trata?
Como é habitual, esta questão não tem grande pertinência nas aventuras de Michel Vaillant porque, embora Jean Graton seja extremamente fiel na descrição dos automóveis, o seu universo é paralelo ao da realidade e nunca se cruza com ele.
Assim, o desenhador inspira-se na realidade mas não na cópia.
Digamos que estamos no início da década de 1990, numa época em que os principais pilotos eram Alain Prost ou Ayrton Senna e em que a geração em ascensão se fazia representar por Michel Schumacher ou Jean Alesi.
Por agora desvendemos o suspense e centremo-nos num dos pontos-chave do álbum: o Leader tem uma supremacia absoluta mas será desclassificado por não obedecer ao regulamento.
O regulamento técnico da F1 desse tempo estabelecia literalmente: “O depósito de combustível tem obrigatoriamente que ficar instalado entre o habitáculo (costas do piloto) e o motor.
Os depósitos laterais que envolvem o cockpit são proibidos”. Então quer dizer que na Leader ninguém sabe ler? O mais provável é que o gosto por enganar lhes esteja no sangue.
Aliás, no final do álbum é um Steve Warson desiludido que explica: “O processo era astucioso, mas um pouco grande.
Foi uma ideia da Ruth que eu nunca pude aceitar”.
O Leader: nascido para enganar
A década de 1990 já corresponde ao período moderno da Fórmula 1: desde 1986 que os motores com turbo estão proibidos e os atmosféricos devem ter uma cilindrada máxima de 3500 cc. Os famosos motores turbo estreados pela Renault foram reis mas acabaram por ceder o seu poder.
A Renault esteve sempre na frente no início da década mas apenas como fornecedora de motores.
As equipas mais destacadas eram a Williams-Renault, McLaren-Honda, Ferrari e Benetton-Ford.
A tecnologia dos automóveis variava: V10 ou V12, chassis de carbono ou mais clássico de tubos, ao passo que eletrónica se tornou cada vez mais presente à medida que as temporadas se iam sucedendo.
O Leader é um cocktail de todas estas tecnologias, resultado do misterioso Know-how da marca...e da sua tendência visceral para o engano.
Seja como for, e perante a sua supremacia, podemos pensar que mesmo sem esta artimanha os Leader estariam sempre na linha da frente.
Partamos pois por um chassis de tubos de liga especial “Leader”, simultaneamente rígido e tão leve como o carbono.
O motor é sem dúvida um V10 com válvulas pneumáticas, potente e leve, e tudo isto resulta num Fórmula 1 peso-pluma de 500 kg, mais leve do que o McLaren ou o Williams.
Por último, a aerodinâmica foi muito cuidada, com um aileron traseiro suportado por uma deriva central suplementar, ao passo que a frente também é muito elaborada. Alguns elementos conferem ao Leader, mais ainda do que aos seus concorrentes, o aspecto de um inseto pronto a descolar...rumo à vitória! Não conseguirá atingir o objetivo mas quase que gostaríamos de o ter visto abanar a hierarquia; com um piloto simpático, bem entendido!
JJ fotos
Altaya
Google
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