com o zé 2

Portugal deu "Novos Mundos ao Mundo"......Imagens para dar a conhecer um pouco daquilo que a nossa terra tem de melhor e mais bonito, da beleza das nossas mulheres Portuguesas, das Artes e de locais por onde sirandei, de trabalhos que eu executei, e de outros que admirei.

28 de junho de 2009

Naboo Royal Starship








Naboo Royal Starship

Meio de transporte
Nave Nubiana de tipo J-327 com motores Headon-5
Star Wars

» Planeta: Naboo
» Comp. 76 m
» Fabricante:
Theed Palace Space Vessel Engineering Corps
» Hiperpropulsor: Nubian 327, 1.8
» Armamento: ausente
» Tripulação: 2 pilotos e 8 robots

s/escala 9x3 cm
extras: Fundos, lettering

O casco desta nave foi concebido e fabricado em Naboo.

A nave foi equipada com peças vindas de outros planetas, entre as quais o sistema de motorização Nubiano.

Utilizada em toda a Galáxia, a tecnologia Nubiana está disponível na maior parte dos sistemas da República.
Todavia, nos planetas das Regiões Exteriores, peças como o hiperpropulsor T-14 são mais difíceis de obter.

Concebida para realizar missões diplomáticas pacíficas, a nave não dispõe de armamento.

Os motores sublumínicos Headon-5, modificados em Naboo para se tornarem ecológicos, podem alcançar velocidades superiores às da maioria dos caças estelares.

Os seus poderosos escudos defletores conseguem resistir às mais duras agressões, incluindo o bombardeamento com turbolasers.

Um complexo sistema de sensores integrados indica instantaneamente à tripulação a existência de avarias para que possam ser reparadas sem demora.

A Naboo Royal Starship apresenta um perfil particularmente belo, que simboliza a corrente artística dominante na época pacífica da República.

Esta brilhante nave nubiana do tipo J-327 com linhas requintadas não dispõe de armamaneto ofensivo.

Todavia, está equipada com escudos poderosos e um hiperpropulsor muito eficiente.









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26 de junho de 2009

Pensamentos




"Quando uma árvore tomba faz um enorme ruído, mas quando uma floresta nasce, ninguém dá por isso."

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Insólito




Insólito no feminino


Tupolev TB-3M 4M 1930
Bombardeiro Pesado de Longo Raio de Acção - Porta Aviões
versão: Guerras, União Soviética/ Finlândia e Alemanha
fabrico: Tupolev - URSS

env. 41,80 m

comp. 24,4 m
altura 8,50 m
4 tripulantes
1º voo: 31 Outubro 1930
5/8 metr. 7,62 mm

+ 2000 kg bombas ou 5800 kg bombas em 26 suportes na fuselagem e 12 suportes exteriores sob a fuselagem das asas
+ 2 a 5 Caças Polikarpov
autonomia 2000 km

tecto 4800 m
v.máx. 196 kmh
peso 11,2 ton

metálico 1:144 - 17 cm

extras: Diorama, pormenores pintura, base técnica

Entre 1933 e 1934 a URSS realizou uma viagem de apresentação, sob o comando do general Zalevski, de 3 Tupolev TB-3 a Varsóvia, Paris e Roma.

No entanto, com estes aviões, as caracteristicas da indústria aeronáitica soviética foram postas em evidência: Grandes dimensões, robustez de construção e capacidade de carga, coexistindo com elementos obsoletos como a pouca velocidade, o trem fixo e os postos de pilotagem das tripulações a céu aberto.

Com suportes especiais nas asas, podia transportar 2 a 5 Caças Polikarpov.

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25 de junho de 2009








arco-íris dos mares...

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Sd.Kfz. 251/1 Ausf. D,12.
Versão: SS-Panzer Div. “Hitlerjugend”
Falaise (França)
Agosto 1944

8,5 ton

2 metr. 7,92 mm
comp. 5,98 m
larg. 2,10 m

alt. 1,75 m
autonomia: estrada 300 km, autonomia mato 180 km
v.máx. estrada 53 kmh, mato 20 kmh
depósito: 160 L

12 tripulantes
Blindagem máx: aço 15 mm

1:72 - 9 cm base 7x13 cm
extras: Diorama, pormenores pintura, patines, base técnica.





A origem desta unidade remonta a Fevereiro de 1943 quando foi constituída como SS-Pz.Gren.Div.

Os seus chefes - oficiais e sargentos - era, provenientes da veterana divisão “LSSAH” enquanto o resto do pessoal era contituído por adolescentes de 17 anos de idade oruundos das Juventudes Hitlerianas (Hitlerjugend) dai o sobrenome da unidade.

Este é um dos blindados semilagartas enquadrados no Pz.Gren.Rgt. da divisão.

O Ausf. D apresentava uma simplificação da forma da superestrutura e, portanto uma significativa redução de custos e de tempo de produção.

As lagartas eram do tipo autolubrificado: cada elo estava equipado com uma almofada de borracha que era o elemento de contacto com o solo.
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23 de junho de 2009



Ainda está por provar que a inteligência é importante para a sobrevivência

Arthur C. Clarke
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21 de junho de 2009

Recordações



Família Oulman, Amália Rodrigues e eu

Quis o acaso que numa busca pela Net encontrasse acidentalmente um texto e algumas fotos sobre a família Oulman.

Passada a breve surpresa, logo me assaltaram tantas recordações.

Andaria pelos meus 16 anos, quando como "office boy "(paquete, na designação laboral da época) fui trabalhar para a Companhia N. Produtos Coloniais.
Eram proprietários desta e outras firmas, Albert Oulman e Alain Oulman, pai e filho.

Vou tentar narrar um pouco do que me marcou e ensinou da vida, a minha passagem de alguns anos nesta empresa, e das excelentes pessoas com quem convivi.

Ambos, pai e filho, com os seus gabinetes e Secretárias Correspondentes próprias, geriam a próspera firma, que se dedicava ao cultivo em grandes roças, nas então Colónias Portuguesas e sua respectiva comercialização internacional, de produtos como café, copra, amendoim, cereais etc.

Desde que o pai, por castigo me obrigou a trabalhar, por obstinadamente não mais querer estudar de dia no liceu, e sempre em mente com a ideia fisgada dos cursos nocturnos, para ter mais liberdade, passei por seis empregos, que, por ao fim de certo tempo, já não me dizerem nada, despedia-me e procurava melhores paragens.

Estabilizei nesta Companhia, principalmente por ser escritório, pelo ambiente de trabalho e ser na baixa de Lisboa.

Nele permaneci até à ida para a tropa, e por tabela a Guiné.

Foi decerto um tempo em que bastante aprendi, pois além do trabalho de correio diário, arquivo geral, selecção e preparação de amostras, "voltinhas" na rua nos mais variados trabalhos, sempre necessários num escritório, também aprendi e escrevia diariamente muito à máquina.

Um dos trabalhos preferidos, era ir ao Aeroporto
de Lisboa (uma amostra do que é hoje) levar correio de última hora por via aérea.
A viagem ida-volta de autocarro demorava um tempão, o que me servia de desculpa pelo tempo extra que perdia a ver os aviões levantar e aterrar, o que com sorte acontecia por vezes, dado o pouco tráfego existente naqueles tempos na Portela.

Estava sempre ansioso por ver um Caravelle levantar voo, o primeiro jacto comercial da TAP.

Havia na firma um telex que trabalhava a ritmo por vezes de loucos.
Revejo aquelas enormes fitas perfuradas, que se estendiam pela sala toda...trak...trak...trak. a serem engolidas pela frenética maqui
neta.

Os negócios internacionais eram basicamente efectuados através de telex, em Inglês e Francês. e de todos eu tinha que bat
er à máquina quatro cópias, para serem arquivados na administração e nos respectivos sectores, para permanente consulta.

Existia uma máquina de fotocopias, coisa rarissíma e muito cara, que com um sistema de líquidos químicos combinados, lá fazia umas cópias muito fracas, e eram mais as que iam para o lixo que as aproveitáveis.
Tinham ainda o inconveniente de que com o tempo, ficarem amarelas e desaparecer o texto.

Claro que neste, por vezes enfadonho e "chato" trabalhinho, forçosamente ia aprendendo a escrever correctamente os textos nos dois idiomas, e mesmo antes de saber os seus significados, já saia tudo bem escrito e com certa desenvoltura.

Desenvoltura, porque a "vaidadesita de reguila inconsciente" puxava a querer brilhar, pois a máquina de escrever de que me servia, f
icava em frente à da Dª A.... secretária particular do pai Albert Oulman, ela sim, uma expert na matéria, porque escrevia rapidíssimo e sem olhar para o teclado, facto que muito admirava e que nunca consegui.

A Dª A.... era uma mulher super emancipada.
Separada Judicialmente (na época não era permitido o divórcio aos casamentos religiosos, existindo no entanto esta designação oficial), com carro e casa própria (tinha um Anglia Fascinant) fumava por vezes com boquilha, muito vistosa, mesmo rondando a casa dos 40, super bem vestida e sempre de saltos altíssimos,
o que lhe tornava as bonitas pernas, sempre bronzeadas, ainda mais longas e atraentes.

Claro que os meus olhinhos estavam sempre teleguiados, procurando uma vista mais descuidada, o que por vezes acontecia e que me virava os miolos do avesso.

Tinha grande admiração por esta senhora, admiração essa, que se estendia também à Dª J...., secretária do filho Alain Oulman.
Esta senhora era igualmente super atraente.

Rondando os trinta e poucos anos, era muito alta, e acompanhava em tudo o que disse da Dª A..., excepto o não ser divorciada, nunca a ter visto fumar de boquilha, e ter outro carro.

Admirava o profissionalismo de ambas, e ficava extasiado a ouvi-las nos contactos comerciais bilingues, e a facilidade com que directamente escreviam à máquina, falavam ao telefone (pendurado no ombro, e se desdobravam em perguntas e consultas ás tais cópias dos telex.

Naquele tempo, havia na rua dos Fanqueiros uma loja de tecidos que tinha numa banca junto à entrada, com uma
maquineta pequena, uma senhora forte "apanhadeira de malhas".
Consistia o seu minucioso e paciente trabalho em recuperar as meias de vidro das senhoras, quando caia uma malha.

A qualidade desses adornos femininos à época não devia ser de grande qualidade, pois a Dª A....passava a vida a fazer malhas nas meias, e eu por tabela lá tinha que ir à senhora apanhadeira levar e depois buscar a dita meia.

Devido aos estereótipos educacionais existentes, estava muito enraizado na juventude masculina, o ser "muita homem", fumar, dizer piropos a todas as miudas que passavam (alguns com muito mau gosto), vestir fatos justinhos, camisas de cores fortes com gravatas muito fininhas, usar sapatos bicudos , tipo italiano beber "bica com cheirinho" etc. etc.

Por tudo isto eu ficava "piurso" com estas idas à "apanhadeira" !!
Sentia que aquilo não me ficava bem...andar a levar meias de mulher para consertar, e ainda por cima com a frequência com que isso acontecia.

Eu bem fazia má cara, mas ela claro, mandava, e como quem manda pode...lá ia o rapaz sempre super contrariado.

Um dia...enchi de tal maneira, que decidi acabar com aquilo de vez.

Como as más caras com ela não resultavam, fui directamente ao patrão Alain e alegando que tinha 16 anos e que não me sentia bem a levar meias de mulher para concertos, disse-lhe que nunca mais iria à "apanhadeira".

Sempre nos seus modos impecáveis, com um leve sorriso, disse-me para ir para o meu lugar, que a coisa se resolveria.

Fui par
a a máquina de escrever, copiar os tais telex e pouco depois o telefone da Dª A.... tocou, e ela, pegando no bloco notas e esferográfica, dirigiu-se para o gabinete de "monssieur" Alain.

Passados poucos minutos, de regresso á secretária, parecia uma fera...até deitava fumo !!

Vi logo o "desenho" !! mas pelo vistos tinha acabado o meu frete das meinhas.

Durante um período que não recordo, a senhora nem me olhava quando mandava fazer algum serviço.

Nunca mais houve meias para concerto e nem a ida matinal à pastelaria quase em frente encomendar o galão escuro e sandes fiambre em pão de forma aparada era requisitada !!

Francamente, aquilo também me custava.

Nunca gostei de quezílias e ainda mais porque eu venerava aquela mulher.
Quando estava à máquina frente a ela, de quando em vez dirigia-lhe uma olhada mais demorada, mas nada.

Um dia, de manhã, porquê não sei, a Dª A....estava super bem disposta, entrei na sala, dei o bom dia, e ela muito rapidamente, disse-me:

- Olha vai-me pedir o galão e a sandes, mas o galão bem quente, que venham rápido porque estou cheia de fome, outra coisa, tu gostas de bolas de Berlim ?

- Adoro disse eu. - Então come uma e diz que sou eu que pago !!
Fiquei para cair...nunca esperei uma destas, mas lá concretizei o desejo da senhora e lá me alambardei com uma bola enorme com creme, daquelas que hoje, nem parecidas se conseguem degustar.

Para terminus deste capítulo, um dia, ela ao passar por uma caixa aberta de cartão, junto à entrada, fez uma malha enorme na meia.
Ficou desolada, e eu também !!
De pronto saiu-me:

- Óh Dª A....se quiser um levo à apanhadeira.

Ela retorquiu: - Não te importas ?

- Claro que não, eu vou lá num instante.

Acto contínuo, mesmo ali, à minha frente, tirou a meia, meteu-a no saquinho de papel do costume que estava sempre na gaveta da secretária, e com um sorriso entregou-mo.

Perante isto...que fazer ?...claro que lá continuei a ir levar as meinhas, embora muito mais espaçadas e o pedido sempre acompanhado de um sorriso que me desarmava todo.

De quando em vez lá vinha mais uma bola com creme !!

Note-se que me estou a reportar a vivências de meados dos anos 60...do século passado !!
Século passado !!...isto assusta um bocadito...parece que estou a falar da pré-história !!

Todos os colaboradores homens da firma, eram pessoas já de uma certa idade, e eu com a minha irreverência nata, por vezes fazia-os perder as estribeiras e ouvia certos responsos que várias vezes, quase me puseram a estagiar na rua !!.

Havia um ch
efe de serviço, que era tratado por Doutor, que certa vez, indo eu a passar por ele de uma forma destravada, agarrou-me por um braço, levantou-se da secretária e muito sério, disse-me: - Olha lá rapaz, quando é que te desprendes desses ares afadistados ?...
- Até és bom rapaz, tens educação, sabes trabalhar, mas por vezes, e muitas vezes, deitas tudo a perder com certos comportamentos menos próprios para uma pessoa como tu e num escritório como este.
Deu-me uma leve palmadinha na cara e exclamou: - Tenta moderar-te um pouco rapaz, só ganhas em mudar o teu comportamento aqui dentro.

Aquele frase, dita daquela maneira muito calma e vinda de quem veio, entrou-me mesmo fundo na alma, e garanto que gradualmente me fui transformando até perder todos aqueles impertinentes tiques bairristas.

Foi, extra família, a primeira grande lição de boas maneiras, que com outras, que pela vida fora fui recebendo e aprendendo, me deram a certeza de que a melhor vivência, é tratarmos os outros como gostamos de ser tratados.

Albert Oulman era muito circunspecto e não contactava muito com os funcionários.
Passava o dia a chamar pela secretária A..., e eu já sabia que regra geral, quand
o ela saia do gabinete, lá vinha trabalhinho para mi, que invariavelmente era serviço externo.

Sendo um homem que muito se cuidava, embora de proveta idade, com médico particular que o consultava no seu gabinete do escritório, tomava alguns medicamentos muito caros, e como eu é que os comprava, consegui um pacto estratégico com uma farmácia para me fazerem desconto, o que, claro, não era declarado na alfândega e revertia como fundo de maneio próprio.

Consegui este sistema, da seguinte forma:
Na baixa havia várias farmácias, e eu na primeira mostrava as receitas e perguntava se aqueles medicamentos tinham desconto.
Se, não, OK obrigado e vinha embora. Se sim...tudo bem...negócio fechado.
Fui cliente da mesma farmácia durante vários anos.

Tinha o sr. Oulman pai, um carrão com motorista fardad
o. Um Chevrolet Impala descapotável, do tamanho quase de uma autocarro dos verdes de um andar...
Sempre que o motorista conseguia estacionar mesmo à porta do escritório, eu passava minutos da janela do 1º andar a contemplar aquele bombardeiro !!

Um pormenor muito significativo; Devido à origem Judaica da família, naquela escritório ou fosse onde fosse, não entrava absolutamente nada de origem ou vindo da Alemanha !!

Alain Oulman e Amália Rodrigues

Ensaio ao piano

http://www.youtube.com/watch?v=kV4C_UI_vvQ

Sobre Alain Oulman.
Muito teria que escrever para retratar a minha enorme admiração por este homem.

Tinha uma figura aristocrata e um trato super afável e extremamente educado, mesmo para os empregados muito novos.

Ainda tenho a imagem dele por detrás de uma enorme secretária que tinha um género de frontal elevado e que quem entrava no austero gabinete só lhe via a cabeça.

Também o gabinete em si era um espanto. Todo forrado a madeira, carpetes, maples, candeeiros...enfim, mais uma sala requintada do que um gabinete de trabalho.

Havia diariamente o ritual do chá Lipton Inglês e “raivinhas” bolinhos secos em for
ma de trança, tudo comprado numa casa especializada de cafés na rua da Prata.
Aqui, e mesmo com várias tentativas minhas, não faziam descontos, e por muito que tivesse palmilhado procurando “fornecedor substituto” nunca consegui encontrar estes produtos noutra loja.

Quando arquivava as cópias dos telex, na pasta sobre a sua secretária, por vezes reparava que ele trauteava muito baixinho uma música, e marcava o compasso com os dedos na secretária. Tão concentrado que parecia não dar por mi.

Do público em geral, poucos saberão que Alain Oulman foi um marco muito importante na carreira de Amália Rodrigues.


Ele era um genial compositor musical, e muitos dos sucessos musicais de Amália na sua fase mais evoluída de cantar Poetas Portugueses, como Camões, David Mourão Ferreira, Ary dos Santos, Alexandre O’Neill, Manuel Alegre, entre outros, foram da responsabilidade e incentivados pelo “Pitu”, diminutivo intimo, com que muito poucos o tratavam.

O seu génio, acumulava também a faceta teatral, pois estava ligado ao Teatro Inglês, e muitas vezes lá fui entregar envelopes enormes, decerto pautas musicais.

Era um gentleman de porte e trato, e um homem de grande sensibilidade artística.

“Eu não sou, nem bem nem mal formado, sou fruto do meio em que fui criado”
Poeta Aleixo

Alain Oulman
Nasceu na Cruz Quebrada, 15 de Junho de 1928 - Faleceu em Paris, 28 de Março de 1990.

Foi o grande responsável por alguns dos maiores sucessos de Amália. Foi também o editor do livro "Portugal Baillonné" de Mário Soares.
Biografia

Alain Oulman nasceu a 15/06/1928, na Cruz Quebrada, distrito de Lisboa, no seio de uma família judaica tradicional.

Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália.
Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira.

Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema "Vagamundo" de Luís de Macedo.

O álbum "Busto", editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luis de Camões, David Mourão Ferreira, Alexandre O’Neill ou Man
uel Alegre, para dentro de casa de Amália.

Alain Oulman é também considerado o principal responsável por uma profunda alteração na música que a acompanhava.

Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão.

É deportado para França. "A sua activa solidariedade com a luta antifascista portuguesa levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.

Oulman escreveu a música para "Meu Amor é Marinheiro", com base em "A Trova do Amor Lusíada", que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso e
m Caxias.
No disco "Com Que Voz", gravado em 1969 mas editado no ano seguinte, Amália canta nomes como Cecília Meireles, Alexandre O'Neill, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, Camões, Ary dos Santos e Pedro Homem de Mello. O disco receberá o IX Prémio da Crítica Discográfica Italiana (1971), o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco de Paris (1975).

Após o 25 de Abril de 1974, Alain Oulman fez parte da minoria que defendeu Amália, quando esta foi acusada de estar ligada ao anterior regime, escrevendo cartas para os jornais "República" e "O Século".
Alain Oulman morreu, na cidade de Paris, a 29 de Março de 1990, quando contava 61 anos de idade.

Comentários
"Cantei porque para mim era fado.
A nobreza que está lá dentro é que conta. Se não tem fado para os outros, para mim tem" (Amália).

"Alain Oulman, que em sucessivos discos publicados nos anos 50 e 60 soube transformar a fadista Amália Rodrigues - cuja popularidade era incontestada desde o final da Segunda Guerra - na «Amalia», sem acento, que se tornou diva internacional.

Oulman divulgou a voz, mas soube renovar-lhe a cada passo os atributos com desafios ousados: primeiro, já não apenas a guitarra e a viola, mas também os acompanhamentos orquestrais, depois as variações sobre estes, conduzindo-a ao extremo de um «jazz combo»." (Jorge P. Pires, Expresso, 1998)

"eu tenho uma proximidade muito maior com a Amália dos anos 60, do período do Oulman. Cabe tudo ali - e é isso que lhe dá dimensão. Nós não podemos reduzi-la - como ela nunca se quis reduzir - a um qualquer sub-género do seu repertório." (Rui Vieira Nery, DN, 2002)

Curiosidades
Em 2002, Ruben de Carvalho convidou Katia Guerreiro para fazerem uma homenagem a Alain Oulman:Um marinheiro que estando triste cantava(Alain Oulman e o Fado Português).

Fizeram seis meses de trabalho de pesquisa e ensaios. E assim Oulman acabou por fazer parte do seu repertório da fadista.

Misia foi convidada para participar no projecto "A Cantora, o Compositor, a Estilista e o Convidado dela".

Pensou num compositor de fado como o Armandinho, mas considerou que não existia obra para fazer um espectáculo.

Outra hipótese era Alain Oulman, mas ainda há pouco tempo tinha sido feita uma coisa com ele por parte da Katia Guerreiro.


E depois decidiu-se, finalmente, por Carlos Paredes.
No projecto inicial do disco "Transfado" de Anamar havia alguns fados de Alain Oulman com letras diferentes.

Mas não foi possível usá-los por uma questão de direitos, já que na obra de Oulman, segundo os seus herdeiros, músicas e letra serão indissociáveis.

O registo dos ensaios que foram encontrados nas residências dos herdeiros de Oulman e de Rui Valentim de Carvalho, foram publicados na edição que juntou os álbuns "Busto" e "For Your Delight", dois discos que foram gravados nas mesmas sessões de gravação.

Em 2006 há uma homenagem de três jovens fadistas que interpretaram uma selecção de temas de Alain Oulman: Carla Pires, António Zambujo e Liana.

Obtido em "
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alain_Oulman"
Categorias: Compositores de Portugal Judeus de Portugal

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O Restaurante Tavares Rico franqueou-me as portas vá
rias vezes ?...não !...claro que não foi para almoçar ou jantar...à época não tinha nem idade nem cabedais para tal...ia somente entregar cheques para pagamento dos almoços de negócios, ou buscar vinhos para a família Oulman.

Sempre nessas visitas, ficava meio tontinho, bebendo todo aquele esplendor de decoração, na base de espelhos, dourados e candelabros.
Era uma autêntica Catedral Gastronómica.
Devia ser de sonho fazer uma refeição naquele ambiente.
Jurei muitas vezes, que ainda um dia lá iria ser servido.

Premunição...poucos anos após a revolução, no Portugal diferente, o nosso grupo almoçarista habitual de quatro colegas, sempre diariamente procurando novas sensações gastronómicas, interrogava-se... “onde vamos almoçar hoje” e um deles diz: - Hoje vamos ao Tavares Rico !! tudo p’ra dentro do carro.

Lá seguimos no carro. Claro que ninguém pensou que ele falasse a sério.
Com nosso espanto, seguimos para o Bairro Alto, parou o carro à porta do Tavares, na rua da Misericórdia, disse para descer-mos e esperar-mos que ia arrumar o carro !!??

Lá ficamos os três esperando, mas conhecendo o colega vendedor, e a sua tradicional su
per-lábia, já sabia-mos que aquilo trazia água no bico.

Poucos minutos após, disse para o seguir-mos, e começou a subir a escadaria para o primeiro piso do Tavares.

Em resumo; já não recordo se realmente ele tinha marcado mesa, se foi mesmo de improviso, no estilo...tudo em frente e fé em Deus...
Sei que fomos servidos divinamente, almoçamos divinamente, pagamos divinamente e comi entre outras divinas iguarias, uma sopa de peixe que nunca consegui esquecer, nem voltei a comer igual.

O salão do primeiro piso era o preferido pelos políticos da época, como Sá Carneiro, Amaro da Costa e outros, pois com uma escadaria estreita e porta de entrada quase sempre fechada, quando estavam os VIP, facilmente o porteiro controlava e afastava os indesejados.

Foi no excelente musical Amália do Filipe La Féria, que com s
urpresa soube que Alain Oulman tinha sido preso pela PIDE por supostas (ou reais) ligações políticas de esquerda, severamente perseguidas, proibidas e punidas pela ditadura, então governante em Portugal.

A minha estranheza foi principalmente por, sendo ele Português de origem Francesa, de uma família riquíssima com largas tradições empresariais em Portugal, tendo um mundo de relacionamentos internacionais, era de estranhar tais opções políticas, e ter sido preso e obrigado ao exílio em França, onde veio anos mais tarde a falecer.

Estou convicto que sem esta forçada interrupção na sua vida em Portugal, Amália Rodrigues teria adicionado ainda mais êxitos musicais, na sua parceria com Alain Oulman.

Essa noticia da sua morte, muito me entristeceu.
Foi um icon da minha capacidade de admirar que desaparecia.

Uma devida e merecida referência ao espectáculo Amália de Filipe La Féria. Primorosamente encenado, com os êxitos de Amália muito bem enquadrados e interpretados e com uma qualidade global a que muitos críticos e observadores nacionais e estrangeiros, e principalmente milhares de espectadores, referenciaram e elogiaram.

Só u
ma vez fui fazer uma entrega à grande Quinta da família no Dafundo, e mais uma vez o bom gosto e finesse saltavam à vista.

Estas fotos dão uma pequena amostra da entrada principal da residência.

Creio que na actualidade, todo esse espaço da quinta, é um parque de estacionamento !!??

Só vi e falei pessoalmente Amália Rodrigues uma vez.

N’um início de tarde no escritório, ouvi bater ao guichet en
vidraçado, e ao abri-lo, reparo com a figura deslumbrante da diva.
O rosto inconfundível, muito bem maquilhado, os cabelos lindos, de um negro intenso, um odor de sonho e numa voz forte mas não estridente disse:
- Boa tarde, o sr. Alain Oulman esta à minha espera, podia anunciar-me por favor ?

Fiquei meio sem fala, respondi para esperar um momento por favor, e lá fui comunicar a visita.
Quase de um salto, Alain Oulman levantou-se e foi receber pessoalmente Amalia, com um beijo na mão, e acompanhando-a até ao gabinete, falando ambos em Francês.

Não é muito do domínio público que Amália falava fluentemente Francês, Inglês e Castelhano, inclusive, tem discos gravados nesses idiomas.

Penso que Alain Oulman tinha uma verdadeira veneração por esta grande dama da canção Portuguesa.

De muito que se tem falado e escrito sobre Amália Rodrigues, não são muitas as referências, a este grande melómano que com tantos sucessos, enriq
ueceu a musica portuguesa e o país.

No recente livro de uma antiga colaboradora, não é feita uma única referência a Alain Oulman !!

Foram quatro anos de trabalho e lições nesta firma, do contacto com pessoas realmente fora de série, que contribuíram bastante para que conseguisse melhorar-me como indivíduo.

“Amália Rodrigues – saiu a 1ª das fotobiografias do século XX
Para quem esteve no serviço militar no fim dos anos 60,
Amália Rodrigues (1920-1999) ficou nesse tempo conhecida por dois factos: o disco «Natal 1970» do Movimento Nacional Feminino no qual aparece ao lado dos Parodiantes de Lisboa (Patilhas e Ventoinha) e de Cecília Supico Pinto a dizer que «gostava de descascar batatas» para os nossos soldados em África e os célebres versos que mandou com um ramo de flores a Salazar quando este caiu da cadeira em 1968 – «Ponha-se-me bom depressa / Meu querido presidente / Depressa, que essa cabeça / Não merece estar doente».

Mas existe um outro lado da questão: segundo um informador da PVDE, (antiga PIDE) policia política Portuguesa, Amália em 1939 fazia parte de uma
denominada Organização Comunista do Fado na qual «a cantadeira Amália Rodrigues que fala inglês francês e espanhol, é quem, no Retiro da Severa, fala aos estrangeiros».

Segundo esse relatório «Amália e o embarcadiço poliglota Alfredo Simões» desempenhariam um papel importante «pela sua cultura de línguas» …

Além do texto que revisita e situa historicamente várias biografias anteriores, algumas fotografias raras e mesmo inéditas (entre as quais uma de Amália com quinze anos na Marcha de Alcântara ao lado de sua irmã Celeste no ano de 1935) dão a este livro um novo motivo de grande interesse quando parecia que tudo afinal já estava dito e escrito sobre o tema Amália Rodrigues.”

(Edição: Círculo de Leitores, Texto: Cristina Faria, Pesquisa: Margarida Belém, Genealogia: Lourenço Matos, Design: Rochinha Diogo, Direcção: Joaquim Vieira)
in
jcf em José do Carmo Francisco.

Recordar é reviver.

Este emprego fechou o meu adolescente siclo profissional prémilitar.

Após três longos anos de serviço militar obrigatório, dois deles na guerra da Guiné, regressado ao mundo laboral, outros caminhos almejei e conquistei.

Estas recordações, ao fim de tantos anos, avivadas por um feliz acaso na Net, fizeram-me bem.

Casa Museu Amália Rodrigues,

na rua de S. Bento em Lisboa


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