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Portugal deu "Novos Mundos ao Mundo"......Imagens para dar a conhecer um pouco daquilo que a nossa terra tem de melhor e mais bonito, da beleza das nossas mulheres Portuguesas, das Artes e de locais por onde sirandei, de trabalhos que eu executei, e de outros que admirei.

8 de novembro de 2009

Aquário Vasco da Gama

O Aquário Vasco da Gama foi inaugurado a 20 de Maio de 1898, numa cerimónia de grande impacto público, na presença da Família Real e numerosas individualidades da época.

Foi um dos primeiros aquários no mundo, sendo a sua construção ordenada pela Comissão Executiva da celebração do 4º Centenário da partida de Vasco da Gama para a viagem do descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia.

Dando cumprimento ao programa das comemorações, esta Comissão perpetuava assim, de forma duradoura e com utilidade pública, este importante acontecimento da nossa história.

Construído de forma a ser principalmente um estabelecimento de recreio e instrução popular, o Aquário, entregue em 1901 à Marinha de Guerra Portuguesa, tem vindo a desempenhar desde sempre um notável papel de divulgação da Vida Aquática.

O principal impulsionador da construção do Aquário Vasco da Gama foi o Rei D.Carlos, um homem inteligente e dinâmico, que se notabilizou como naturalista e oceanógrafo.

D. Carlos de Bragança, Rei de Portugal entre 1889 e 1908, homem, extraordinariamente inteligente e dinâmico, dedicou-se com assinalável sucesso a um conjunto diversificado de actividades de que se destacam a Arte e alguns ramos da Ciência, tal como a Ornitologia e a Oceanografia.

Neste campo pode mesmo considerar-se como um dos pioneiros mundiais, tendo deixado uma obra de reconhecido mérito.

Influenciado pelo crescente interesse do Homem pelo estudo do mar registado no século passado, D.Carlos decidiu explorar cientificamente o nosso mar.
Assim, a 26 de Agosto de 1896 dava início à primeira de doze Campanhas Oceanográficas (1896-1907) realizadas na costa portuguesa, com o objectivo principal de estudar a Fauna Marinha.

Desde o início deu particular atenção ao estudo dos peixes, dada a enorme importância económica da indústria piscatória em Portugal.

A intensa actividade oceanográfica desenvolvida passa ainda por campos tão diversos como o estudo das correntes ou da topografia dos fundos marítimos, tendo inclusivamente chegado a reconhecer a existência de profundos vales submarinos próximo da costa, na região do Cabo Espichel.

Ao longo de doze anos de campanhas, D.Carlos foi reunindo uma colecção zoológica de incalculável valor histórico e científico que inclui animais conservados em meio líquido e naturalizados.

Constituindo um valoroso contributo para o inventário faunístico da costa portuguesa, esta colecção tem vindo a servir de base à realização de diversos estudos científicos, nomeadamente sobre peixes e crustáceos.

A Colecção Oceanográfica D.Carlos I inclui ainda instrumentos oceanográficos utilizados durante as campanhas, bem como um extenso conjunto de documentação e bibliografia referentes à actividade científica desenvolvida pelo monarca.

Após a morte de D.Carlos, a Colecção Oceanográfica foi entregue em 1910 à Liga Naval Portuguesa que a doou em 1935, através de escritura pública notarial, ao Aquário Vasco da Gama.
A Biblioteca Científica do Rei, incluindo verdadeiras preciosidades bibliográficas e constituindo um espólio de valor incalculável, foi também oferecida nessa mesma altura.

Desde então, o Museu do Aquário Vasco da Gama tem sido responsável pela conservação deste precioso legado, parcialmente em exposição permanente ao público visitante.

A parte restante da Colecção mantém-se reservada, mas disponível para a consulta a efectuar por especialistas, com vista à realização de estudos científicos.

O Museu
Para além da colecção do Rei D. Carlos, o Museu do A.V.G. possui a sua própria colecção, que tem vindo a ser permanentemente aumentada e enriquecida em espécies, especialmente no que respeita a peixes marinhos da fauna indígena e tropical, aves, mamíferos marinhos e especímenes malacológicos.

O espaço museológico distribui-se por cinco salas de exposição, cujo trajecto recomendado aos visitantes tem a seguinte orientação:
Átrio do aquário ou "Sala dos invertebrados Marinhos", onde são postos em relevo os aspectos mais significativos da obra do Rei D. Carlos no domínio da Oceanografia.
No piso superior, sobre a fachada principal do edifício, cujo acesso se faz por uma escada, encontra-se o salão nobre, construído entre 1913 e 1917 e actualmente designado por sala dos peixes.
Segue outra sala de menor dimensão, a sala dos seláceos (tubarões). Estas duas salas sofreram uma remodelação em 1989, tendo-se procedido à revisão e actualização taxonómica dos exemplares expostos.

Logo a seguir, uma pequena sala da malacologia, aberta ao público em Setembro de 1896, exibe mais de 600 espécies de exemplares da fauna malacológica das costas portuguesas.
Por último, já de construção recente, a sala das aves e dos mamíferos marinhos, inaugurada em 1980.

Nesta sala exibe-se também uma mostra malacológica da conchas exóticas das zonas do Indo-Pacífico e da costa ocidental africana.

O aquário
A exposição de exemplares vivos no Aquário Vasco da Gama caracteriza-se pela diversidade, apresentando espécies animais e vegetais pertencentes aos mais variados grupos zoológicos e botânicos, provenientes de ecossistemas de água doce, salgada e salobra, de ambos os Hemisférios.

A fauna da costa portuguesa ocupa, no entanto, o lugar de destaque: na galeria dos invertebrados que inicia a exposição de animais vivos, é dedicada aos invertebrados marinhos da nossa costa e mostra-nos, sob uma perspectiva evolutiva, a diversidade de grupos zoológicos que foram surgindo desde a origem da vida, que teve lugar no mar, até à actualidade.

À Fauna Marinha Portuguesa é ainda dedicada outra área de exposição, actualmente com trinta e sete aquários de 600 a 25 000 litros de volume.
Esta importância dedicada à fauna marinha local, é concordante com a tendência dominante na concepção dos modernos Aquários públicos europeus, já que a divulgação dos ecossistemas locais tem por objectivo a educação ambiental e o incentivo do estudo da biologia das espécies que deles fazem parte.

Parece ser este o contributo mais importante reservado aos actuais Aquários públicos, numa altura em que a exposição de animais em cativeiro, com objectivos exclusivamente lúdicos, é posta em causa.

A fauna tropical de água doce constitui, desde o início do século, outro dos atractivos do A.V.G.. A sua introdução ocorre na época em que aumentam a nível europeu as tentativas para manter e reproduzir muitas destas espécies exóticas, actualmente vulgares nos aquários domésticos.

A nossa exposição dedicada à Fauna dulçaquícola tropical inclui três grupos diferentes de aquários: um grupo destinado aos peixes de pequenas dimensões, divididos por zonas geográficas de origem; outro reservado às espécies que apresentam características morfológicas, fisiológicas ou mesmo etológicas, particularmente interessantes; e ainda um grupo de aquaterrários de grandes dimensões.

Estes últimos constituem um exemplo da forma mais moderna de expor a fauna dulçaquícola, pois representam a parte aquática do ecossistema integrada no ambiente terrestre circundante, dando assim uma imagem bastante mais real do habitat da espécie.
A fauna tropical de água salgada foi introduzida na exposição durante a história mais recente do A.V.G..
Incluem-se neste grupo as espécies de formas e cores exuberantes que habitam os recifes de coral.

A sua manutenção em boas condições tornou-se possível graças ao desenvolvimento das técnicas de aquariologia e ao aumento do conhecimento sobre os ciclos biológicos que influenciam a qualidade de água dos aquários.

Os mamíferos marinhos também estão representados por um grupo de otárias da África do Sul formado por um macho adulto, duas fêmeas adultas e duas crias de dois anos.
As crias pertencem à terceira geração de animais nascidos no A.V.G..

O Aquário Vasco da Gama cumpriu este ano 102 anos de existência, ao longo dos quais foi visitado por gerações sucessivas, de tal forma que faz hoje parte do imaginário de todos nós.
Apesar de centenária, esta instituição continua viva e dinâmica, investindo permanentemente na actualização e evolução da sua exposição, com o objectivo de a tornar cada vez mais didáctica.

Durante os últimos anos foram desenvolvidos alguns projectos de carácter marcadamente pedagógico que registaram grande sucesso junto do público.
É o caso da instalação de seis quiosques multimédia, patrocinados pela Unidade Ciência Viva do Ministério da Ciência e Tecnologia, que permitem aos visitantes a consulta interactiva de informação no âmbito da Biologia Aquática.

Salienta-se ainda a criação do site na internet (http://www.aquariovgama.pt/), que inclui um alargado bloco educacional, com muita informação útil no domínio da Biologia e Ecologia.
Este site tem um elevado número de acessos mensais, principalmente por alunos de escolas de todo o país e até do estrangeiro.

Foram introduzidos dois "touch-tank" na exposição, um deles recriando uma poça rochosa da Costa do Estoril e o outro uma praia do Estuário do Sado.
O visitante é convidado a explorar e tocar nos animais expostos nestes tanques.
Destaca-se ainda uma nova galeria destinada a divulgar temas no âmbito da Ecologia Aquática e uma nova exposição sobre a Cadeia Alimentar.

Até ao final do ano terão início um conjunto de obras de beneficiação, de que se salientam a construção de uma cafeteria e de um auditório devidamente equipado com meios audio-visuais.

Pretende-se assim reforçar o papel pedagógico assumido desde sempre pelo Aquário Vasco da Gama, oferecendo simultaneamente a possibilidade de desenvolvimento da componente lúdica.

Actualmente o Aquário Vasco da Gama é pois um centro de divulgação da Vida Aquática e de investigação.
Ao longo da sua existência, esta instituição tem vindo a sofrer várias transformações no sentido de melhorar cada vez mais a exposição dos exemplares, tornando-a cada vez mais didáctica, procurando cumprir da melhor forma possível o seu importante papel de Museu vivo de História Natural.

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