Cintos de Castidade
Provavelmente foi na Europa da idade média onde se tem notícia que surgiram os primeiros modelos de cintos de castidade femininos, possivelmente na Itália, na cidade de Carrara, há aproximadamente seiscentos anos atrás e depois na França, Inglaterra e até na Península Ibérica.
Mas alguns estudiosos alegam que esses objetos surgiram apenas no início do século XIX.
Há alguns registos de uso de dispositivos de castidade no Japão e Índia feitos de cordas e complexas amarrações.
Não há registos de cintos masculinos naquela época, apenas existiam modelos femininos, sempre usados como forma severa de opressão sexual.
A submissão feminina ao cinto não era consensual e havia um viés religioso intrínseco ao uso do aparato.
O seu uso era compulsório, bastante desagradável e degradante à mulher, porém era justificado como forma de dominação, mortificação ou para evitar o pecado da carne e a queda ao inferno.
A mulher escondia o cinto de castidade da sociedade da época por debaixo das volumosas saias e vestimentas para evitar embaraço ou zombaria.
Possivelmente, durante a inquisição, no tempo das cruzadas e na época das grandes navegações, como os homens costumavam se ausentar por meses, anos ou até mesmo por décadas cuidando de diversos interesses pessoais, religiosos ou do estado.
Muitos deixavam as suas esposas, concubinas, filhas ou prometidas desprotegidas, sozinhas e disponíveis ao pecado ou a outros pretendentes.
A invenção do cinto de castidade feminino representava uma possibilidade de controle à distância e garantia de posse em uma sociedade bastante primitiva nas questões das liberdades individuais e direitos da mulher.
Não é de se espantar que na mesma época a prática da escravidão fosse aceita pela sociedade, religião dominante e era praticada amplamente nas colônias como forma de exploração da mão-de-obra de negros e nativos.
Naquela época e hoje em dia em algumas culturas e situações, a abstinência sexual voluntária ou negação do prazer é considerada como pureza, um tipo de virtude desejável.
O prazer sexual feminino, liberdade sexual em muitos lugares, inclusive no interior do Brasil, é visto como um tabu ou violação de preceitos desses pureza ou rebeldia contra os fundamentos basilares da cultura judaico-cristã.
O conceito do pecado original e a queda de Adão estão intimamente correlacionados com a descoberta e o prazer sexual feminino, ou seja, a mulher foi pretensamente a causadora de todo o mal, pois detém o poder da sedução, recebendo a culpa por atentar contra a pureza da criação.
Dessa forma, o uso do cinto, seria obrigatório e não poderia ser contestado, caso fosse requerido. Não cabia ao homem se educar, conter os seus instintos e desejos sexuais, mas a mulher deveria ser tolhida e se sacrificar para evitar a sua consumação.
Além de garantir a virgindade de forma cruel, o uso do cinto evitava a disseminação de doenças venéreas, gravidez, estupro e a masturbação. Provavelmente o uso do cinto de castidade também se tornou uma forma de castigo, uma punição para mulheres adúlteras, excessivamente libidinosas ou por pura crueldade ou até por sadismo pervertido.
De qualquer forma o uso de cintos foi aceite socialmente como uma forma de controle feminino, com aval religioso e aceitação em conventos, mosteiros e outras instituições religiosas e sociais. (...)
Wikipédia – Google
JJ edição fotos
14 de março de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário