Os musicos de pauta
Nos últimos tempos vem-me frequentemente à memória a anedota dos dois pescadores em que um deles tinha pescado uma truta de 11,778Kg e o outro uma bicicleta com a luz acesa…Depois de cinco minutos de conversa o da bicicleta pediu ao outro que tirasse 5Kg à truta e ele apagava a luz da bicicleta…
Um quarto de hora depois a truta já só pesava 100g e a bicicleta era restos de um velho triciclo… meia hora depois ambos confessaram que não tinham ido à pesca naquele dia!
À semelhança do que aconteceu na anedota, os nossos mui dignos e respeitáveis políticos (com excepção de uns pouquinhos) transformaram-se num clube de criativos inventores de novas formas de não dizer a verdade, à procura de ganhar ou manter o poder, agarrados aos seus privilégios como o mexilhão à rocha.
Nega-se hoje o que se disse ontem e amanhã o que se diz hoje.
A única certeza que temos é a de estarmos a ser espoliados dos nossos direitos, de os nossos bolsos ficam cada vez mais vazios e de que os intocáveis continuam!
O esbanjamento é para acabar, mas devagarinho!
Temos que dar tempo ao tempo, porque quem esbanja é gente de respeito!
As benesses sumptuosas (vergonhosas) não podem acabar do pé para a mão…
Que havia de ser daquelas ilustres famílias?
Como havia de sobreviver, em condições dignas, a legião de gente que sempre viveu à custa dos nossos impostos e que diariamente produz uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, consumindo o seu precioso tempo nos Corredores presidenciais e ministeriais, nas (a)Fundações, nos Institutos e noutros Serviços dos quais ninguém conhece a utilidade?
Contrariamente às reformas e aos salários os luxos governamentais são direitos perpétuos adquiridos!
Se não nos acautelamos ainda vamos ser culpabilizados pela situação calamitosa do País e ter que pedir desculpa aos senhores presidentes e chefes dos sucessivos governos pela forma pouco patriótica com que classificamos a sua actuação, ao serviço de todos nós.
Somos um País de “músicos”… Os maestros que regem as orquestras partidárias que tentam motivar-nos para a “nova música” substituta do fado, brindam-nos diariamente com “cantigas” de fraca qualidade, mas orquestradas magistralmente.
Sem desafinar têm a arte de conseguir tocar em mi e em lá, sem nunca tocar em si!
Quem os ouvir, se não estiver com muita atenção, nem se apercebe que faltam notas! São autênticos habeis musicos de pauta!
Gentileza do amigo Carlos M.
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JJ edição fotos
19 de junho de 2011
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