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Portugal deu "Novos Mundos ao Mundo"......Imagens para dar a conhecer um pouco daquilo que a nossa terra tem de melhor e mais bonito, da beleza das nossas mulheres Portuguesas, das Artes e de locais por onde sirandei, de trabalhos que eu executei, e de outros que admirei.

28 de março de 2011

Geração à rasca !!

- Então, foste à manifestação da geração à rasca? - Sim, claro. - Quais foram os teus motivos? - Acabei o curso e não arranjo emprego. - E tens respondido a anúncios?

- Na realidade, não. Até porque de verão dá jeito: um gajo vai àpraia, às esplanadas, as miúdas são giras e usam pouca roupa. Mas deinverno é uma chatice. Vê lá que ainda me sobra dinheiro da mesada queos meus pais me dão. Estou aborrecido. - Bom, mas então por que não respondes a anúncios de emprego? - Err...- Certo. Mudando a agulha: felizmente não houve incidentes. - É verdade, mas houve chatices. - Então? - Quando cheguei ao viaduto Duarte Pacheco já havia fila. - Seguramente gente que ia para as Amoreiras.

- Nada disso. Jovens à rasca como eu. E gente menos jovem. Mas todos àrasca. - Hum... E estacionaste onde? No parque Eduardo VII? - Tás doido?! Um Audi TT cabrio dá muito nas vistas e aquela zona émanhosa. Não, tentei arranjar lugar no parque do Marquês. Mas estavacheio. - Cheio de...?- De carros de jovens à rasca como eu, claro. Que pergunta! - E...?- Estacionei no parque do El Corte Inglés. Pensei que se me despachasse cedo podia ir comprar umas coisinhas à loja gourmet.

- E apanhaste o metro. - Nada disso. Estava em cima da hora e eu gosto de ser pontual. Apanhei um táxi. Não sem alguma dificuldade, porque havia mais jovensà rasca atrasados. - Ok. E chegaste à manif.- Sim, e nem vais acreditar.- Diz. - Entrevistaram-me em directo para a televisão.- Muito bom. O que disseste? - Que era licenciado e estava no desemprego. Que estava farto de pagarpara as reformas dos outros. - Mas, se nunca trabalhaste, também não descontaste para a segurança social. - Não? Pois... não sei.

- Deixa-me adivinhar: és licenciado em "Estudos Marcianos. - F***-se! És bruxo, tu? - Palpite. E então, gritaste muito? - Nada. Estive o tempo todo ao telemóvel com um amigo que estava namanif do Porto. E enquanto isso ia enviando mensagens para o Facebooke o Twitter pelo iPhone e o Blackberry. - Mas isso não são aparelhinhos caros para quem está à rasca? - São as armas da luta. A idade da pedra já lá vai.- Bem visto. - Quiriquiri-quiriquiri-qui! Quiriquiri-quiriquiri-qui! - Calma, rapaz. Portanto despachaste-te cedo e ainda foste à loja gourmet. - Uma merda! A luta é alegria, de forma que continuámos a lutar Chiadoacima, direitos ao Bairro Alto. Felizmente uma amiga, que é muitoprevidente, tinha reservado mesa.

- Agora os tascos do Bairro aceitam reservas?- Chamas tasco ao Pap'Açorda? - Errr... E comeram bem? - Sim, sim. A luta é cansativa, requer energia. Mas o pior foi ovinho. Aquele cabernet sauvignon escorregava...- Não me digas que foste conduzir nesse estado. - Não. Ainda era cedo.

Nunca ouviste dizer que a luta continua? Econtinuou em direcção ao Lux. Fomos de táxi. Quatro em cada um, porqueé preciso poupar guito para o verão. Ah... a praia, as esplanadas, asmiúdas giras e com pouca roupa... - Já não vou ao Lux há algum tempo, mas com a crise deve estar meio morto,não? - Qual quê! Estava à pinha. Muita malta à rasca. - E daí foste para casa. - Não. Apanhei um táxi para um hotel. Quatro estrelas, que a vida não está para luxos.- Bom, és um jovem consciente.

Como tinhas bebido e... - Hã?! Tu passas-te! A verdade é que conheci uma camarada de luta e...bem... sabes como é. - Resolveram fazer um plenário?- Quê? Às vezes não te percebo.- Costuma acontecer. E ficaram de ver-se?- Ha! Ha! Ha! De ver-se, diz ele. Não estás a ver a cena. De manhãchegámos à conclusão que ela era bloquista e eu voto no Portas. Saiuporta fora. Acho que foi tomar o pequeno-almoço à Versailles. - Tu tomaste o teu no hotel.

- Sim, mas mandei vir o room service, porque ainda estava meio ressacado.- Depois pagaste e... - A crédito, atenção. Com o cartão gold do Barclays.- ... rumaste a casa.- Sim, àquela hora a A5 não tinha trânsito. Já não havia malta à rasca a entupir o tráfego.

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