Vaillante F1-2003
Michel Vaillant - album "A Prova"
V10 - 2998 cc - 850 cv - v.máx. 350 kmh - 0-100: n/a - peso: 600 kg
metal, escala 1:43-10,5 cm - base 10x16 cm - extras: Faixas, base técnica.
O Vaillante de Fórmula 1 que aparece no álbum “A Prova” é especial porque equipa todos os participantes na corrida.
Deste modo, as características técnicas e as afinações dos automóveis são as mesmas para todos os concorrentes.
Este álbum é muito especial na saga das aventuras de Michel Vaillant. Antes de mais, é a única vez em que o piloto participa nas competições ao volante de automóveis que não são Vaillante.
Mas, acima de tudo, esta banda desenhada propõe-nos uma visão geral das principais especialidades do desporto automóvel no âmbito de um “Campeonato”.
Cada prova disputa-se com uma marca diferente e cada marca coloca em cena o mesmo modelo, afinado de maneira idêntica e confiado a todos os pilotos. Por exemplo, os Skoda equipam os pilotos para a manga de rali e os BMW para a manga de Superturismo. E para a manga de F1? como é evidente, a especialidade considerada rainha só poderia ser disputada com Vaillante!
Regulamento técnico.
Para a temporada de 2002 o longo caminho que levou aos monolugares então em disputa culminou com máquinas cuja silhueta ainda é semelhante à dos F1 atuais. Desde há muitos anos que a política da F1 consiste em reduzir os custos e, se é verdade que a especialidade rainha do desporto automóvel ainda é muito cara, nas décadas de 1980 e 1990 as despesas eram realmente exorbitantes, a tal ponto que as equipas mais pequenas tiveram de abandonar.
Por outro lado, as poupanças de energia na ordem do dia tornaram-se cada vez mais prementes. Deste modo, o regulamento impôs o motor de dez cilindros em “V”, um primeiro passo com vista a reduzir o número de cilindros. Os V12, como o motor Ferrari, foram proibidos...assim como os V8 entre os quais o famoso Ford Cosworth. De salientar que o regulamento se tem tornado cada vez mais restritivo. Hoje em dia o número de cilindros é de oito, com uma cilindrada de 2400 cc, contra os 3000 da época do Vaillante 2003 uma vez mais com o objetivo declarado de reduzir os custos.
No entanto a partir do final da década de 1990 a investigação tomou outro rumo, o da eletrónica exagerada. A mecânica passou para segundo plano e muitas pessoas criticaram o domínio da técnica sobre o piloto.
O Vaillante.
Foi nestas condições que o Vaillante apareceu...e os outros automóveis de F1. Para a temporada de 2002 o automóvel era constituído por um chassis-carroçaria monobloco de carbono – mas também foram utilizados outros materiais compósitos. Este material é cinco vezes mais leve e duas vezes mais resistente do que o aço.
O motor V12 nesta época entre 800 e 860 cv conforme os modelos, para regimes que iam de 17000 a 18500 rpm. Nesta temporada impuseram-se novidades técnicas como a proibição de uma assistência eletrónica para a partida.
Outros aspetos do regulamento obrigaram a melhorar a segurança: reforço da estrutura de absorção dos impactos, aumento do tamanho dos retrovisores e da luz traseira, sistema de fixação das rodas através de dois cabos cuja resistência foi aumentada 20% em relação a 2001.
Na banda desenhada vê-se Michel Vaillant usar um apoio para a cabeça “Hans” um sistema hoje em dia obrigatório que protege as vértebras cervicais do piloto.
Se um Vaillante aparecer num próximo álbum talvez tenha um motor de seis cilindros e 2000 cc porque é neste sentido que apontam os regulamentos futuros. O que é certo é que, mais uma vez, o Vaillante estará “no topo”.
Bólide ferro e de papel.
Para cada prova Philippe Graton, que faz os desenhos das aventuras de Michel Vaillant, escolheu o automóvel mais eficaz, o mais reputado na sua especialidade. O facto de escolher um Vaillante para Fórmula 1 fez dele, implicitamente, o melhor de todos no mundo da ficção.
O álbum saiu em 2003 e, como é lógico, o seu modelo no mundo real é a temporada de 2003. Esta temporada representou o auge do domínio da Ferrari e do seu piloto estrela Michael Schumacher, o alemão que conquistou o título de Campeão do Mundo de pilotos entre 2000 e 2004, sem interrupções, ao passo que a Ferrari venceu o título de construtores de 1999 a 2004.
Em 2002 a Ferrari já tinha adquirido a hábito de iniciar a temporada com o carro do ano anterior o que lhe permitia apresentar um novo modelo durante o ano, aumentando assim a sua competitividade ao mesmo tempo que iniciava a temporada com um modelo muito fiável.
Em 2002 o domínio da dupla “Schumi”/Ferrarri foi esmagadora, com 12 vitórias em 17 corridas (mais quatro para o seu colega Barrichello, ficando as migalhas para a Williams-BMW e os McLaren- Mercedes). Assim o Ferrari deve ter tido muita influência na conceção do bólide de papel que é o Vaillante F-1-2003.
JJ fotos
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