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Portugal deu "Novos Mundos ao Mundo"......Imagens para dar a conhecer um pouco daquilo que a nossa terra tem de melhor e mais bonito, da beleza das nossas mulheres Portuguesas, das Artes e de locais por onde sirandei, de trabalhos que eu executei, e de outros que admirei.

3 de julho de 2012

Todas as cartas de amor são ridículas

 Ophélia e Fernando Pessoa

...Numa dessas cartas, implora Pessoa: “Faze o possível por gostares de mim a valer...faze, ao menos, por o fingires bem” (março 1920).
São cartas de amor entre Fernando Pessoa e Fernando Pessoa, sugere Janice de Souza Paiva; nesse comentário inspirando-se, embora não o declare, no próprio Pessoa – para quem “todas as cartas devem, pelo menos para o homem superior, ser apenas dele para si próprio”.
É pensando nessa correspondência que, um mês antes de morrer, escreve (findando todas as estrofes com a mesma palavra, “ridículas”:

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

in Ferrnando Pessoa uma quase-autobiografia de José Paulo Cavalcanti Filho
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JJ edição fotos

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