Ser
inocente é ter um olhar longo e aberto, mas ser pequeno.
É estar - ombro a
ombro - com todo o universo e ser grande, ter brilho e voz (e vida) só porque
se é precioso para alguém.
Ser inocente é deixar que a beleza nos atropele, um ror de vezes, a razão.
Ser inocente é deixar que a beleza nos atropele, um ror de vezes, a razão.
E sempre que isso se descobre, nunca prometer que se
deixa de escutar, primeiro, o que se sente.
Ser inocente é estar aberto. Mesmo
que isso crie um burburinho, e ponha tanto em dúvida tudo aquilo que supunhamos
saber que, no entanto, nesse rebuliço o coração se engasgue e nos deixe
descalços.
Talvez, por tudo isso, só os sábios sejam inocentes.
E, por mais que nos comova a sensibilidade em tudo aquilo que eles sabem, é o encantamento com que deixam que a vida os corteje que nos toca."
E, por mais que nos comova a sensibilidade em tudo aquilo que eles sabem, é o encantamento com que deixam que a vida os corteje que nos toca."
Eduardo Sá
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