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Portugal deu "Novos Mundos ao Mundo"......Imagens para dar a conhecer um pouco daquilo que a nossa terra tem de melhor e mais bonito, da beleza das nossas mulheres Portuguesas, das Artes e de locais por onde sirandei, de trabalhos que eu executei, e de outros que admirei.

12 de janeiro de 2009





O Aqueduto das Águas Livres

É um complexo sistema de captação, adução e distribuição de água à cidade de Lisboa, em Portugal, e que tem como obra mais emblemática a grandiosa arcaria em cantaria e se ergue sobre o vale de Alcântara, um dos bilhetes postais de Lisboa.

O Aqueduto foi construído durante o reinado de D. João V, com origem na nascente das Águas Livres, em Belas, e foi sendo progressivamente reforçado e ampliado ao longo do século XIX. Resistiu incólume ao Terramoto de 1755.

História
A única área de Lisboa com nascentes de água era o bairro de Alfama.
Com o crescimento da Lisboa para fora das cercas medievais foi-se instalando uma situação de défice crónico no abastecimento de água à cidade.
Foi ganhando então força a ideia de aproveitar as águas do vale da ribeira de Carenque, na região de Belas.
Estas águas haviam já sido utilizadas pelos romanos, que aí haviam construído uma barragem e um aqueduto.

O projecto foi custeado com a receita de uma taxa sobre a carne, o vinho, o azeite e outros produtos alimentares.
Apesar de só ter sido concluído no século XIX, em 1748 já atendia a função de fornecer água à cidade.

Na primeira fase da sua construção, de 1732 até à chegada a Lisboa em 1748, contou com a participação de arquitectos e engenheiros militares famosos, nomeadamente António Canevari (italiano), Manoel de Azevedo Fortes, Silva Pais, Manuel da Maia, Custódio Vieira (autor da arcaria sobre o vale de Alcântara) e Carlos Mardel (húngaro). Manuel da Maia e Carlos Mardel haveriam de ter, após o grande terramoto de 1755, um papel crucial na reconstrução da Baixa Pombalina.

O caminho público por cima do aqueduto, esteve fechado desde 1853, em parte devido aos crimes praticados por Diogo Alves (o Pancadas), um criminoso que lançava as suas vítimas do alto dos arcos depois de as roubar, simulando um suicídio, e que foi o último decapitado da História de Portugal.

O aqueduto manteve-se em funcionamento até 1968, tendo sido definitivamente desactivado pela EPAL em 1974.
Actualmente é possível fazer um passeio guiado pela arcaria do vale de Alcântara. Também é possível, ocasionalmente, visitar o reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras, o Reservatório da Patriarcal e troços do aqueduto geral na região de Belas e Caneças.

Características
O aqueduto tinha início na Mãe de Água Velha, que recolhia a água da nascente da Água Livre, em Belas, e terminava na Mãe de Água das Amoreiras após um percurso de 14.174 metros.
A extensão da rede de captação e adução, incluindo todos os tributários, foi crescendo até atingir um total de 47 quilómetros, recolhendo água de 58 nascentes.
Se ainda se considerarem os 11 quilómetros da rede de distribuição dentro da cidade, o sistema atinge uma extensão total de 58 quilómetros.

Captação e adução
De entre os aquedutos que alimentaram o aqueduto principal destacam-se:
Aqueduto do Caneiro
Aqueduto da Mata
Aqueduto das Francesas
Antes de chegar ao centro de Lisboa, o aqueduto alimentava vários chafarizes na Falagueira (Amadora), Benfica e São Domingos de Benfica.

Com 127 arcos, a sua parte mais conhecida são os 35 arcos sobre o vale de Alcântara, o mais alto dos quais (o Arco Grande) mede 65 metros de altura e dista 29 metros entre pegões, sendo o maior arco ogival do mundo.
O aqueduto entrava em Lisboa pelo lado ocidental a uma cota de 95 m, o que permitiu a criação de uma extensa rede de chafarizes em toda essa zona da cidade.

Distribuição
Na extremidade do aqueduto, a Mãe d'Água das Amoreiras recebia e distribuía a água do aqueduto por galerias e encanamentos que encaminhavam a água para uma rede de chafarizes públicos.
Eram quatro as galerias que distribuíam a água na zona da cidade de Lisboa compreendida entre os vales de Arroios e de Alcântara:
Galeria das Necessidades
Galeria da Esperança
Galeria do Loreto
Galeria de Santana

Bibliografia
CASEIRO, Carlos et alli. "Histórias e outras Memórias do Aqueduto das Águas Livres". EPAL, Lisboa 1999
PINTO, Luís Leite. "História do Abastecimento de Água à Região de Lisboa". EPAL, Lisboa 1989
MOITA, Ana Paula et alli. "Lisboa e o Aqueduto". Catálogo. Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa 1997


Wikipedia - Google
JJ edição fotos


A construção do aqueduto foi considerada pela população de Lisboa como um glorioso feito do povo, porque foi o próprio povo que pagou a obra, apesar de o Rei D. João V ser muito rico, como vamos explicar no capítulo seguinte deste trabalho.

Conta o Professor José Hermano Saraiva (na sua "História Concisa de Portugal") que no Arco da Rua das Amoreiras, concluído em 1748, foi colocada uma inscrição na qual se lia, em latim:
"No ano de 1748, reinando o piedoso, feliz e magnânimo Rei João V, o Senado e povo de Lisboa, à custa do mesmo povo e com grande satisfação dele, introduziu na cidade as Águas Livres desejadas por espaço de dois séculos, e isto por meio de aturado trabalho de vinte anos a arrasar e perfurar outeiros na extensão de nove mil passos."

Esta inscrição, actualmente já não existe porque, como explica o Professor Saraiva, anos mais tarde, o Marquês de Pombal mandou apagá-la e substituí-la por outra em que não se dissesse que tinha sido o povo a pagar a obra.

A nova e mentirosa inscrição diz que "Regulando D. João V, o melhor dos reis, o bem público de Portugal, foram introduzidas na cidade, por aquedutos solidíssimos que hão-de durar eternamente, e que formam um giro de nove mil passos, águas salubérrimas, fazendo-se esta obra com tolerável despesa pública e sincero aplauso de todos."
Apesar de todas as polémicas à volta da obra, em 1748 as águas corriam já no novo aqueduto.
No entanto, só em 1799, ou seja 67 anos depois do início da construção, é que a obra foi considerada totalmente acabada.

O objectivo principal do aqueduto era abastecer os chafarizes que, entretanto, tinham sido construídos de propósito um pouco por toda a cidade. Eram eles o Chafariz das Amoreiras, o de Entrecampos, Janelas Verdes, Estrela, Rato, Carmo, Esperança, Cais do Tojo, Flores e muitos outros.
Alguns destes chafarizes também tinham tanques para a lavagem de roupa.
Foi nesta época que, a par de outras profissões típicas da cidade, como os limpa-chaminés, as leiteiras, as vendedoras saloias, a célebre mulher da fava-rica, as lavadeiras de Caneças, surgiram os famosos aguadeiros.

Os aguadeiros eram, na sua maioria, homens de origem galega. Transportavam pelas ruas da cidade barris de água que vendiam a quem passava. Abasteciam-se nos vários chafarizes de Lisboa, esperando a sua vez nas longas filas de espera e percorriam depois as ruas da cidade com os seus pregões - "Há água fresquinha! Quem quer, quem quer?"

A profissão de aguadeiro não podia ser exercida de qualquer maneira. Tinham de se inscrever e de obter primeiro a autorização na Câmara e também tinham de usar ao peito um emblema da cidade.

Além disso, eram obrigados a dar auxílio à população em caso de incêndio.
Nesta época ainda não havia bombeiros organizados como actualmente e, por isso, cada aguadeiro devia regressar a casa sempre com um barril bem cheio, não fosse acontecer as chamas de um incêndio fazerem das suas durante a noite.
Apesar de nos dois séculos seguintes se terem construído mais condutas para trazer outras águas para Lisboa (ver último capítulo deste trabalho), a verdade é que o Aqueduto das Águas Livres funcionou até 1968! A sua última missão foram alguns abastecimentos de pequena escala na região de Sintra.

Actualmente já não funciona como aqueduto, mas está aberto a grupos de pessoas que queiram visitá-lo e conhecer a sua história e também a própria História da Cidade de Lisboa.
Resta dizer que se contam muitas outras histórias sobre o aqueduto, como aquela que fala do terrível assassino e ladrão Diogo Alves, que aproveitava os esconderijos do aqueduto para cometer toda a espécie de crimes.

Voltaremos a falar de Diogo Alves no capítulo 9 deste trabalho. E também se diz que José Teixeira da Silva, o célebre Zé do Telhado, também andou pelo aqueduto a fazer das suas.

In “Assim diz a História”

Google

Aqueduto das Águas LivresHoje ainda causa admiração a grandeza desta obra, pelo seu comprimento e também pelas técnicas e materiais utilizados, tendo em conta a época da sua construção (o século XVIII).

Entre as nascentes das Águas Livres (nas zonas de Belas-Carenque e de Caneças) e a Mãe-de-Água, nas Amoreiras (Lisboa), o Aqueduto tem uma extensão de 18,5 Km, chegando aos 48 Km se contarmos com todos os seus ramais.
E se lhe juntarmos os cerca de 12 Km de condutas distribuidoras para os diversos chafarizes, obtemos um comprimento total de 60 Km

In “Portugal Virtual”

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