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Portugal deu "Novos Mundos ao Mundo"......Imagens para dar a conhecer um pouco daquilo que a nossa terra tem de melhor e mais bonito, da beleza das nossas mulheres Portuguesas, das Artes e de locais por onde sirandei, de trabalhos que eu executei, e de outros que admirei.

4 de agosto de 2008

Crónicas


Artigo de Nuno Markl para os Trintões

A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.

E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientam os que hoje rondam os trinta.

O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer.

'Quem?' perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus...Como é que ele consegue viver com ele mesmo?

A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto do rio a passear, Tom Sawyr, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros icones da juventude de outrora.

O D'Artacão, esse herói canideo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs, Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; o Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos. A Super Mulher, heroina que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas, lembram-se?);
O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na SIC Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual...

E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul.

Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer.
Quem não chorou com a morte de velho Shanquete, não merece o ar que respira.

Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.


Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos:
Ele nunca subiu a uma árvore!

E pior, nunca caiu de uma, É um mole.
Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema.

Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos.

Ela não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra.
Ele nunca roubou chocolates no Pingo Doce.
O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.

Confesso, senti-me velho...

Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.

Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.


Óbvio, nunca cairam quando eram mais novos.
Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.

Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.
Doenças com nomes tipo 'Moleculum Infanticus' que não existiam antigamente.

No meu tempo, se um gajo dava um malho, muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.
Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.

Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.
Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma míuda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia.
E Sabiamos viver com isso.
Não estamos cá? Não somos até a geração que possívelmente atinge objectivos maiores com menos idade?

E ainda nos chamavam geração 'rasca'... Nós eramos mais a geração 'à rasca', isso sim.
Sempre à rasca de dinheiro, sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o caro.

Agora não falta nada aos putos.
Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.

Hoje, ele é Playstation, PC, Telemóvel, Portátil, Gameboy, tudo. Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.

Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam uns cromos.





Antes, só havia um cromo por turma.
Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.


É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.

Nota:....os chocolates não eram gamados no Pingo Doce...Ainda se chamava Pão de Açucar !!!

Gentileza do amigo Raul
Google
JJ edição de fotos

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