9 de setembro de 2008
Elevador da Bica - Lisboa
Elevador da Bica
http://www.carris.pt/index.php?area=servicos&subarea=servicos_ascensores_bica
O relevo acidentado de Lisboa foi desde sempre um grave obstáculo à circulação de pessoas e bens entre partes altas e baixas da cidade.
Nem mesmo os "Americanos" (carruagens movidas por tracção animal e deslocando-se sobre carris), surgidos nos finais do século XIX, conseguiram responder a este problema de um modo satisfatório.
Com o advento da tracção mecânica surge uma Empresa vocacionada para a sua resolução, a Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa.
Fundada em 6 de Junho de 1882 e remodelada dois anos mais tarde, tendo então adoptado o nome de Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa, dotou a cidade com um conjunto de ascensores funcionando em plano inclinado.
O primeiro foi inaugurado em 1884 na Calçada do Lavra, seguindo-se o da Glória no ano seguinte.
Quando em 20 de Abril de 1888 a Nova Companhia assinou um novo contrato com a Câmara Municipal de Lisboa, obteve a concessão para a a instalação de mais um ascensor que, partindo da Rua de S. Paulo pela Rua de Duarte Belo, deveria efectuar ligação com o Largo do Calhariz.
....Dificuldades de todos os géneros, nomeadamente a instalação do cano colector, abalroamentos e as próprias diferenças de declive, atrasaram a construção.
Contudo, após sucessivos adiamentos realizaram-se em 27 de Junho de 1892 as experiências oficiais iniciando-se no dia seguinte o serviço de exploração.
O sistema de tracção era de cremalheira e cabo por contrapeso de água.
Cada carro estava equipado com um reservatório de água que esvaziava sempre que chegava à Rua de S. Paulo e enchia quando no Largo do Calhariz, de modo que a simples diferença de peso fazia funcionar o sistema.
Os carros eram abertos, com nove metros de comprimento e bancos dispostos em "plateia".
Os problemas levantados pelas frequentes faltas no abastecimento de água, obrigando à constante paragem de serviço, fizeram com que em 1886, a Empresa decidisse substituir o sistema de tracção, passando então a utilizar máquinas a vapor.
Estas fornecidas pela firma Maschinnenfabrick de Esslingen - Alemanha, asseguraram o serviço até ao momento em que foi decidida a electrificação do sistema.
Quando em 12 de Outubro de 1916, junto ao Largo do Calhariz, se uttimavam os trabalhos e se procedia ao assentamento de um dos carros sobre os carris, o mau funcionamento dos travões precipitou-o, após uma descida descontrolada, de encontro à Estação da Rua de S. Paulo, onde se despedaçou.
...Em consequência deste acidente o ascensor da Bica permaneceu inactivo durante vários anos até que, em 1923, a Câmara de Lisboa exigiu que voltasse a funcionar.
O sistema que então foi adoptado diferia do anterior por terem sido suprimidos os motores dos carros, os quais passariam a ser accionados por um motor instalado num subterrâneo da Estação do Largo do Calhariz.
Os carros, de um modelo, foram fornecidos pela firma Theodore Bell.
Eram constituidos por um leito e rodados de aço em que assentavam as caixas, abertas, construidas em madeira e reforçadas a ferro.
Os bancos, eram transversais e divididos em três compartimentos, dispostos em "plateia", podendo transportar 16 passageiros sentados e 6 de pé na plataforma da rectaguarda.
A 27 de Junho de 1927 o ascensor da Bica retomava o serviço.
Já então passara a ser propriedade da Companhia Carris.
Nos finais do ano anterior a Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisbia, após anos de negociações com a Câmara de Lisboa e a Carris dissolvera-se, tendo transferido para esta última não apenas a concessão de que era proprietária mas também todo o seu material fixo e circulante.
Acredita-se ter sido já na década de trinta que os carros sofreram algumas alterações assumindo então o seu aspecto actual.
Tal como as suas congéneres das Calçadas do Lavra e da Glória, o Ascensor da Bica é. desde Fevereiro de 2002, Monumento Nacional.
JJ edição de fotos
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