Vaillante RUSH
Michel Vaillant - album “RUSH”
pilotos dos dois carros em prova: Michel Vaillant e François Cevert + Steve Warson e Chuck Danvers.
V12-5104 cc - 380 cv - v.máx.: 290 kmh - 0-100: n/a - peso 1180 kg
metal 1:43-10 cm base 10x16 cm
Concebido especialmente para a corrida Panamericana do album “RUSH” o Vaillante com o mesmo nome apresenta dimensões à americana e demarca-se bastante dos automóveis de rali europeus do seu tempo.
No início da década de 1970 a época do album “RUSH” os automóveis daquilo que em breve viria a ser o Campeonato Mundial de Ralis (WRC ou seja World Rally Championship) ainda eram na sua maioria modelos europeus desportivos derivados dos de série: Lancia Fulvia, Renault-Alpine, Porsche 911 e até Citroën DS.
É verdade que iria aparecer uma nova geração de bólides específicamente criados para a especialidade, por exemplo o Lancia Stratos, mas nessa altura a maior parte dos carros ainda eram propulsionados por motores de quatro cilindros e com uma cilindrada modesta, geralmente inferior aos 2000 cc.
O mesmo não sucedia nos EEUU onde a própria noçao de rali era bastante diferente da que se conhecia na Europa: aí, em vez de se correr por estradas estreitas cobertas de neve ou empoeiradas, consoante a país ou a estação do ano, disputavam-se sobretudo provas do tipo “Baja” - do nome “Baja Califórnia” (Baixa Califórnia em espanhol) um Estado semidesértico do Norte do México.
Trata-se de um deserto com poucos desníveis mas a perder de vista, no qual a navegação rareia e ainda mais as pistas e por vezes circula-se mesmo sobre areia. Nestas condições, a potência costuma ser preferível a uma máquina sofisticada e manobrável pois, de uma maneira geral, trata-se de andar a direito e evitar ficar atolado na areia.
Assim os automóveis construídos nesse continente - os carros americanos - costumavam ser grandes modelos equipados com motores V8, pesados mas potentes.
A Cavalaria Pesada.
Em “RUSH” o autor apresenta-nos um Vaillante Rush equipado com um motor Ford: é indiscutível que desta vez a equipa Vaillante quis ter garantias e por isso confiou num especialista destas provas cuja configuração os engenheiros franceses não conheciam bem.
Assim este Vaillante também apostou na cavalaria pesada: um grande motor que nos é apresentado com um 5 litros (5000 cc): uma pequena subtileza, o regulamento autoriza uma capacidade de gasolina de 120 litros para os de 5000 cc e mais, e uma capacidade inferior para os que têm menos de 5 litros.
Para beneficiar destes 120 litros este Vaillante-Ford tem um pouco mais de 5000... Dito isto, os engenheiros da Ford tiveram grandes dores de cabeça para instalar o motor: um V12 com duas árvores de cames à cabeça por cada bancada de cilindros, muito diferente do V8 padrão que equipava então os Ford de gama média.
A verdadeira vedeta desta história é o Vaillante Rush.
Este bólide impressionante foi criado por Daniel Bouchez, um dos mais fiéis colaboradores de Jean Graton. Inscreveram-se dois “RUSH”, um pilotado por Steve Warson e Chuck Danvers, dois pilotos imaginados por Jean Graton, e o outro por Michel Vaillant e François Cevert.
Trabalho de equipa.
No início da década de 1970, Jean Graton já deixava para trás a época em que trabalhava sozinho, a da década de 1950.
Acabara-se o período em que o argumento, o recorte, o esboço a lápis, a passagem a tinta e o colorir era tudo feito pela mesma mão.
Logo no início da década de 1960 a sua mulher Francine passara a ocupar-se da cor e depois apareceram os colaboradores e criou-se um verdadeiro trabalho de equipa.
A distribuição de tarefas permitiu que Jean Graton tivesse mais tempo para cuidar dos argumentos: concentrou-se no desenho das personagens principais e dos automóveis, ficando os fundos normalmente a cargo de um colaborador.
Mas nem sempre: em “RUSH” por exemplo, Graton desenhou os cenários de que mais gostava. Por outro lado, por vezes foram os outros que desenhavam os automóveis.
É o caso do nosso Vaillante Rush, criado pelo fiel Daniel Bouchez.
Jean Graton explica: “É a verdadeira vedeta do album.
O Daniel tinha uma grande vontade de concretizar este projeto e dei-lhe carta branca. No entanto raramente confiei um automóvel a um colaborador”.
JJ fotos
Sem comentários:
Enviar um comentário